sábado, 29 de junho de 2013

O perdão que vence a culpa.


“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo“ ( Rm 8.1 )
O sentimento de culpa atormenta-nos a todos, quer sejamos religiosos ou não.
A maneira humana de lidar com a culpa é a expiação. Os estudiosos da “psiquê”
humana asseveram que muitas doenças físicas e psíquicas, acidentes e frustrações
na vida pessoal e profissional são tentativas de auto-expiação; isto é,
uma forma de punição que o sofredor administra a si mesmo com o propósito
de “saldar a dívida” advinda da culpa.
Ora o moralista usa a sua religiosidade, ou código moral, a fim de reprimir a culpa.
Contudo, reprimir, esconder, projetar ou negar a culpa, não resolve os tormentos
com os quais sofre a mente culpada.
O que se sente “pecador” e “miseravelmente e desgraçadamente” culpado, por sua vez,
busca livrar-se da culpa mediante a expressão pública das suas faltas. Quase sempre,
contudo, este mecanismo revela-se como uma falsa humildade ou pseudo arrependimento,
haja vista que a autocomiseração também é uma tentativa de auto-expiação.
O caminho para a solução do problema da culpa é simples! No Evangelho de Jesus Cristo, aliás,
tudo é demasiadamente simples! O início da caminhada depende, contudo, da decisão humana de
romper com seus mecanismos de defesa e de auto expiação e assumir a responsabilidade pessoal
pelas faltas cometidas, transgressões, erros e delitos.
Reconhecer a culpa e a insuficiência dos nossos esforços de auto expiação é fundamental,
mas não é suficiente. A Palavra de Deus ensina-nos que “Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a nossa injustiça”
(I João 1.9).

Confessar, contudo, não é simplesmente fazer um relato das faltas, como se Deus precisasse
ser informado sobre nossos atos. Afinal, Ele conhece todas as coisas (Hebreus 4.13).
Confessar é acima de tudo concordar com Deus no fato de que meus erros transgridem a Sua vontade,
reconhecer que sou merecedor da condenação, crer que Jesus Cristo se fez condenação em meu lugar,
efetuando o pagamento da minha dívida ao levar sobre si a minha culpa, e decidir voluntariamente
e prazerosamente cumprir a Sua vontade.
Não existe confissão verdadeira sem arrependimento verdadeiro. Arrependimento é o reconhecimento da culpa.
É despojar-me das máscaras e das sutilezas auto-expiatórias da repressão e autocomiseração
e crer na obra propiciatória de Cristo. O senso de culpa que nos leva a Deus nos revela, assim,
o seu amor e o seu perdão.
A confissão, fruto de sincero arrependimento, traz-nos o perdão de Deus; este, por sua vez,
vence a culpa e nos traz a paz! “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Rm. 5.1)
Por isso o apóstolo Paulo, depois ter exclamado o desespero causado pela culpa (Romanos 7.21-24),
escreveu: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo“. (Rm. 8.1)

Não obstante a obra de Deus ser perfeita, o que fora perdoado pode reter na memória a culpa
pelos seus erros e fracassos!
Ainda que perdoado, o cristão pode viver continuamente acuado pelas lembranças de seus erros,
penalizando-se e sofrendo os danos da auto acusação.
A fé em Cristo, contudo, não apenas nos livra da condenação, mas também da acusação.
“(...) se o nosso coração nos acusar, certamente Deus é maior do que o nosso coração”
(I João 3.20); e ainda: “Pois, para com suas iniqüidades, usarei misericórdia e dos
seus pecados jamais me lembrarei” (Hb. 8.12).
Rev. Ezio Martins de Lima.
POR:Catarina Luiza.

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